Na manhã de hoje, quinta-feira, 6 de novembro, a Polícia Civil, por meio da 15ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) e da Delegacia Territorial de Capela do Alto Alegre, deflagrou a Operação “Cupiditas” para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pelo Juízo da Comarca local. Pai, mãe e filha são acusados de lesar várias famílias na cidade com a modalidade de extorquir as pessoas que iam até eles em busca de valores emprestados.
A ação teve como objetivo coletar provas em uma investigação sobre crimes de usura (agiotagem) e retenção de documentos de vítimas. De acordo com a Polícia Civil, o grupo investigado atuava há anos no município, oferecendo empréstimos com juros abusivos, principalmente a aposentados, o que levava as vítimas a um ciclo de endividamento permanente. O delegado João Uzzum, responsável pela Delegacia Territorial de Capela do Alto Alegre, explicou que entre as vítimas está um idoso de 87 anos que, após contrair uma dívida de R$ 1,1 mil há três anos, já tinha pago o juro durante 2 anos e nunca conseguia quitá-la devido aos juros extorsivos. Essa mesma pessoa deu entrada no hospital, mas não foi informado à nossa reportagem do Ronda Geral Bahia o motivo do internamento. Sabendo que o rapaz estava internado, o agiota teve a ousadia de ir até o hospital para cobrar a pessoa.
Essa informação chegou até a Polícia, que logo foi a campo e fez a prisão da família de agiota. A polícia apreendeu mais de R$ 102 mil reais em espécie na residência dos agiotas, R$ 96 mil em cheques, além de notas promissórias, escrituras de imóveis, cadernos com anotações de dívidas e uma motocicleta. Todo o material, segundo a polícia, era utilizado como garantia dos empréstimos ilegais.
Várias pessoas que tomaram empréstimos já andavam temerosas, sem saber o que poderia acontecer com elas por não terem como quitar suas dívidas. Já aqueles que deram seus cartões do Bolsa Família como garantia do valor tomado como empréstimo não tinham direito a nada quando chegava o dia de sacar o dinheiro na lotérica. Segundo o delegado João Uzum, todos os valores apreendidos na residência serão apresentados à justiça para serem penhorados no banco, e daí a justiça determinará o seu destino.
“Esse grupo constrangia as vítimas, também retinham documentos e cartões bancários dessas pessoas, o que é crime previsto no Estatuto do Idoso”, afirmou o delegado.
Uzzum destacou ainda que a operação visa combater práticas que exploram a vulnerabilidade financeira da população. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e novas vítimas. A Polícia Civil orienta que moradores que tenham sido lesados procurem a Delegacia Territorial de Capela do Alto Alegre para registrar ocorrência e colaborar com as investigações.
Por: Ronda Geral Bahia
