Mais de 20 pessoas já prestaram depoimento e já sobe para 11 o número de investigados no golpe do pix.
As investigações policiais para localizar os responsáveis pelo estelionato virtual que ficou conhecido como 'Golpe do Pix da Record' avançaram, informa a Polícia Civil em nova nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (6).
Segundo o comunicado, mais de 20 pessoas, entre funcionários e possíveis vítimas, já foram ouvidas. Além disso, o número de suspeitos saltou para 'mais de 11 pessoas'.
Dentre os depoentes que foram na DreofCiber, delegacia que investiga o caso, está um apresentador da Record TV, cujo nome não foi revelado.
Aos policiais, ele confirmou o envolvimento de dois jornalistas no esquema.
Além dos depoimentos, a Polícia Civil também trabalha com inteligência policial, laudos periciais e informações de outras instituições complementam as apurações para solucionar o caso.
JOGADOR TERIA DESCOBERTO GOLPE
Segundo informações, a emissora só tomou conhecimento da fraude depois que o jogador de futebol Anderson Talisca, ex-Bahia, doou um valor para uma criança com câncer e procurou a família para checar como estavam e colocar a doação no imposto de renda.
Informado de que não teriam recebido dinheiro algum, o atleta acionou a produção da TV Itapoan/Record.
Procurada para se manifestar sobre o caso, a assessoria de Anderson Talisca não respondeu até o fechamento desta matéria.
A reportagem teve acesso a áudios de um funcionário da emissora, que prefere não se identificar.
Enquanto confirma a situação, ele aponta que o desvio do pix das doações não era algo novo e os valores do golpe podem ser ainda maiores.
"Descobriu agora, mas imagine o que vinha acontecendo há anos. Um já foi demitido, está esperando o outro voltar de férias. Acredito que ele só vai aparecer aqui com o advogado", conta, apontando dois repórteres e um editor como responsáveis.
Os valores que teriam entrado na conta dos suspeitos e eram para o ambulante Adriano Lima foram requisitados por ele através de redes sociais, por telefone e até presencialmente.
"Eu liguei, mandei mensagem e fui lá em setembro, novembro e dezembro. Quando liguei, dava ocupado número. Nas mensagens, ninguém me respondia. Lá na sede da emissora disseram que não estavam recebendo ninguém por causa da covid-19. Resultado: fiquei sem a ajuda que era pra mim", diz.