O Instituto de Criminalística de São Paulo entregou à polícia os principais laudos periciais sobre o assassinato do delator do PCC Vinícius Gritzbach no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em novembro de 2024, incluindo o exame balístico.
A partir do código de rastreabilidade dos projéteis, os peritos identificaram que parte da munição usada para matar Gritzbach e a que foi abandonada pelos assassinos saíram de três lotes comprados pela Polícia Militar de São Paulo.
As compras foram feitas entre 2013 e 2018, como mostram documentos emitidos pela fabricante a que a TV Globo teve acesso.
Gritzbach era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.
Os investigadores consideram que este é mais um indício do envolvimento de policiais militares na morte do delator do PCC. Os dois executores e o motorista do carro que levou os assassinos são PMs da ativa e estão presos por ordem da Justiça. Ao todo, já são 17 PMs presos por envolvimento no caso.
Em um dos laudos periciais também constam pontos exatos de entrada e de saída dos sete tiros que atingiram Vinícius Gritzbach na tarde de 8 de novembro do ano passado.
Os peritos confirmaram que os disparos partiram de armas encontradas dois dias depois do crime num terreno baldio em Guarulhos. Dos três fuzis localizados, dois foram fabricados na Romênia e um, nos Estados Unidos.
Os nomes dos primeiros compradores aparecem em um documento, mas a polícia não conseguiu estabelecer um vínculo entre eles e os assassinos de Gritzbach. Também não se sabe como as armas vieram parar no Brasil.
Os peritos ainda não conseguiram determinar se o material biológico encontrado no carro usado pelos assassinos era de um dos suspeitos presos. Esta informação deve ser obtida no laudo que vai determinar se os perfis genéticos obtidos pelos peritos na maçaneta do carro e em objetos abandonados pelos assassinos têm relação com algum dos presos.
As amostras de material biológico deles já estão no Instituto de Criminalística. O resultado deve ser divulgado nos próximos dias.
Por: G1/ SP