Comida, cultura e dignidade: Bahia Sem Fome transforma vidas por meio de projeto na Boca do Rio

“Veio no momento em que eu estava precisando muito, estava passando por muita dificuldade. Esse projeto Comida no Prato me salvou. E está me salvando até hoje.” O desabafo emocionado de Maria da Conceição Ribeiro, dona de casa e mãe de dois filhos, resume o impacto direto que as ações do Programa Bahia Sem Fome têm gerado nas famílias da periferia de Salvador. Seus filhos, de 9 e 13 anos, participam de atividades educativas e culturais e almoçam todos os dias, de segunda a sábado, na sede do Mus-e Brasil, projeto localizado na Boca do Rio que atua como unidade gerenciadora do maior programa de combate à fome do estado.

Conceição foi uma das mães presentes no 19º IÊ Berimbau Capoeira Festival, realizado neste sábado (12), no Colégio Estadual Rômulo Almeida. O evento celebrou não só a troca de graduação de crianças e adolescentes capoeiristas, mas também o fortalecimento de uma parceria que tem levado comida à mesa, cultura e dignidade a centenas de famílias. O Mus-e Brasil atende 450 crianças e adolescentes com atividades de capoeira, natação, reforço escolar, percussão e assistência social — e, graças ao edital Comida no Prato, fornece alimentação gratuita diariamente para os beneficiários.

Desde o início da parceria, são servidas 800 refeições por dia em quatro cozinhas comunitárias e solidárias, espalhadas pelos bairros da Boca do Rio, Itapuã, Nordeste de Amaralina e Alto de Coutos. Mais de 90 mil refeições já foram distribuídas, de acordo com o vice-presidente do Mus-e, Josemar Duarte. Para ele, o programa estadual foi essencial para suprir uma necessidade que o projeto não conseguia mais ignorar. “Às vezes as crianças mostravam, dentro das próprias atividades, dificuldade. Quando o assistente social ia se comunicar para procurar saber o motivo, às vezes, não tinha se alimentado. Então, através dessa parceria, conseguimos tapar essa lacuna e melhorou até o desempenho das crianças.”

A dona de casa Mônica Pereira é outra mãe atendida pela política pública. O filho, David Gabriel, de 15 anos, está no projeto desde os seis anos e hoje é aluno de capoeira e percussão. “O Comida no Prato, pra mim, me salvou muito, sabe? Eu só cozinho dia de sábado e domingo. Ajuda muito, poupa meu gás e rende um dinheirinho para fazer outras coisas. É muito gratificante”, conta. Já o menino David pontua: “É um projeto nota dez. Muitas vezes os alunos iam pro projeto com fome. Quando minha mãe começou a receber as quentinhas, sobrou um pouco de dinheiro. A comida é boa, feita por ótimas cozinheiras do bairro e salva muitas pessoas”.

A diarista Iracema Santos, mãe de quatro filhos, compartilha uma realidade semelhante. “Comida no Prato foi uma gratificação da minha vida, porque sustentar essas crianças foi um pouco difícil. Depois que veio o Comida no Prato, pra mim, foi uma bênção. Sou diarista, não recebo muito bem, e o projeto Mus-e Brasil me ajudou de braços abertos”, afirma.

Para o coordenador-geral do Bahia Sem Fome, Tiago Pereira, a atuação do Mus-e Brasil é um exemplo concreto da proposta mais ampla do programa: combater a fome com dignidade e cidadania. “Não é só entregar alimentação, é muito mais do que isso. É ofertar cultura, dinamizar processos coletivos e ações de educação. É isso que o Governo do Estado está fazendo ao apoiar essa iniciativa. O Mus-e tem apresentações culturais, capoeira, música, dança, percussão. E isso está integrado à agenda de combate à fome.”

Pereira destaca ainda que essa integração será ampliada. “Estamos agora no horizonte amplo, vamos contratar 31 entidades gerenciadoras que não só vão ofertar comida, mas também outros processos e serviços. Aqui já é um experimento dessa importância que o Estado tem apoiado com recursos públicos.”

À frente do Mus-e Brasil, o presidente Jailson Santos celebra os frutos da parceria com o governo estadual: “Fazemos 75 mil atendimentos com crianças e adolescentes por ano, em unidades espalhadas pelo Brasil e pelo exterior. Com o Comida no Prato, atendemos nove bairros de Salvador e distribuímos 90 mil refeições. Foi um projeto de grande impacto. Avaliamos de forma bastante positiva essa parceria com o Programa Bahia Sem Fome”.

Por meio das unidades gerenciadoras do programa, o Governo do Estado segue cumprindo o que propôs: garantir comida no prato, mas também cultura, educação e dignidade para quem mais precisa.

Por: Camila Fiúza.

Foto: Divulgação/ Thassio Ramos

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