O futuro político de Uldurico Pinto Júnior, ex-deputado federal e candidato a prefeito de Teixeira de Freitas pelo MDB, balança mais uma vez com as revelações explosivas de uma investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O nome do político aparece em documentos que detalham um suposto esquema de compra de votos orquestrado por uma facção criminosa com atuação dentro e fora do sistema prisional baiano.
Segundo informações obtidas com exclusividade pelo Ronda Geral Bahia a ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, apontada como amante do líder faccionado conhecido como Dadá, atuava como elo entre o crime organizado e figuras políticas locais. E entre esses nomes, desponta ninguém menos que Uldurico Jr., que, de acordo com o processo, participou de encontros dentro da própria penitenciária ao lado do criminoso e da ex-diretora.
A situação ganha contornos ainda mais graves quando se revela que os encontros entre Joneuma, Dadá e o ex-deputado ocorriam de forma clandestina, cuidadosamente protegidos de câmeras e registros oficiais, sob o aval da então diretora do presídio. O objetivo? Articulações políticas e eleitorais supostamente voltadas para beneficiar candidaturas aliadas nas eleições de 2020, inclusive a de Uldurico em Teixeira de Freitas e a de Alberto Cley, o “Cley da Autoescola” (PSD), em Eunápolis — este último também citado como presença recorrente nas reuniões.
A denúncia não para por aí. O Ministério Público afirma que votos eram comprados por R$ 100 cada, especialmente de presos provisórios vinculados à facção, além de amigos e familiares desses detentos. Um dos internos ouvidos no inquérito afirmou que o voto era tratado como moeda de troca, numa negociação direta entre a organização e os candidatos.
Mais chocante ainda, a intermediação política de Joneuma teria rendido a ela valores que beiram R$ 1,5 milhão — montante que, segundo a defesa da ex-diretora, é negado, mas que consta com detalhes nas investigações em curso.
Apesar da gravidade das denúncias, Uldurico Jr. ainda não se pronunciou oficialmente sobre o conteúdo do processo. O silêncio, no entanto, ecoa em meio a um barulho ensurdecedor nos bastidores da política do Extremo Sul baiano. Fontes próximas ao cenário eleitoral avaliam que o episódio pode representar o golpe mais duro na trajetória do ex-parlamentar, que nos últimos anos vinha tentando se reposicionar para novas disputas eleitorais.
Com o nome ligado diretamente a uma trama que mistura política, crime organizado, manipulação eleitoral e corrupção dentro do sistema carcerário, a pergunta que não quer calar é: haverá futuro político para Uldurico Jr.?
Por: Ronda Geral Bahia.