A cassação do ex-prefeito Jesulino Porte e de sua vice, Dra° Zazá, em Novembro de 2021, por irregularidades eleitorais — e não por corrupção — provocou uma reviravolta política em Maiquinique que fica à 545 km de Feira de Santana pela BR 101. Com a vacância do cargo, o então presidente da Câmara, Chico Batoré, assumiu interinamente a prefeitura.
Com a saída de Batoré, a Justiça Eleitoral convocou uma eleição suplementar, vencida por Valéria Silveira, que assumiu o comando do município que tem 9.011 habitantes. Em 2024, valendo-se da estrutura da máquina pública e da visibilidade do cargo, ela foi reeleita.
No entanto, o que parecia um novo ciclo administrativo logo se transformou em uma gestão marcada por graves denúncias, escândalos e suspeitas de corrupção. Entre os principais fatos apontados estão:
Superfaturamento na locação de veículos, com contratos que ultrapassam R$ 3,3 milhões;
Irregularidades na merenda escolar, impactando diretamente alunos da rede pública;
Fraudes no manilhamento, com notas fiscais emitidas, mas sem a entrega do material — segundo denúncias, o volume descrito seria suficiente para abastecer três cidades do porte de Maiquinique;
Fortes indícios de enriquecimento ilícito, com suspeitas de crescimento patrimonial incompatível com os rendimentos da prefeita.
Além disso, a atual prefeita adotou uma narrativa que responsabiliza o ex-prefeito interino Chico Batoré por não ter deixado recursos financeiros nas contas da prefeitura. Com esse argumento, ela justificou o calote dado a fornecedores que haviam fornecido produtos durante a gestão de Batoré, bem como o atraso no pagamento do 13º salário dos funcionários públicos, principalmente terceirizados.
Porém, essa versão foi desmentida por Dr. Rafael Maiquinique, ex-secretário de Administração da própria gestão de Valéria Silveira. Segundo ele, ao assumir oficialmente, a prefeita afirmou publicamente que não havia sido deixado nenhum centavo nas contas da Prefeitura, alegando ter herdado apenas dívidas.
Entretanto, Dr. Rafael apresentou extratos bancários que comprovam que o então prefeito interino, Chico Batoré, deixou mais de R$ 3 milhões em caixa. Essa contradição escancara suspeitas de má-fé, distorção da realidade e possível manipulação da opinião pública por parte da atual gestora.
Dr. Rafael tem feito denúncias frequentes em rádios e redes sociais, afirmando possuir provas documentais que podem levar Valéria Silveira à cadeia. Ele acusa a prefeita de comandar um esquema criminoso, envolvendo o uso indevido de recursos públicos, especialmente federais.
A expectativa da população é que essas denúncias não fiquem restritas às páginas da internet ou aos microfones das emissoras de rádio. O povo de Maiquinique aguarda uma resposta firme da Justiça e do Ministério Público, com investigações rigorosas e responsabilização exemplar, caso os fatos se confirmem.
Maiquinique vive hoje não apenas uma crise administrativa, mas um escândalo político sem precedentes em sua história recente.
Por: Falando com Autoridade.