Quando a saudade volta para casa e aprende a escrever

Na manhã da última sexta-feira (08), Água Fria recebeu não apenas uma escritora, mas uma filha que voltava com o coração cheio de palavras. Luzi Borges, em sua terra natal, apresentou ao público o seu mais recente livro, Quando a Saudade Aprende a Escrever, durante a mesa literária "Heróis e Heroínas da Literatura para a Transformação da Educação", ao lado de Maria Lígia Biancardi, dentro da programação do Festival Literário do Semiárido Baiano (FLISB).

Mas este não foi apenas um lançamento literário. Foi um reencontro.
Luzi escreveu este livro como quem escreve uma carta — uma carta para o seu luto, para a sua criança ferida, para tentar abraçar aquela menina que precisou aprender a viver sem a presença da mãe, Raimunda, a pessoa que ela mais amava. Entre memórias, dores e ternuras, cada página do livro se torna um gesto de cura, um sopro de amor, um testemunho de que a literatura também é um lugar de colo.

Na escola onde novas histórias estão nascendo todos os dias, Luzi dividiu com estudantes, professores e moradores da cidade as palavras que brotaram de sua saudade. E, naquele instante, Água Fria não era apenas cenário: era personagem. Era o chão onde a dor virou poesia e onde a menina de ontem e a mulher de hoje puderam finalmente se abraçar.

O encontro, repleto de afeto e escuta, reforçou o poder transformador da literatura — capaz de curar, ensinar e manter vivos aqueles que amamos.

Por: Camila Fiúza

Foto: Divulgação/ Luzi Borges


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