Homem com tornozeleira flagrado em motel com drogas e garotas de programa, afirma Juiz da Vara de Execuções Penais. Autoridade ratifica eficácia do Aparelho de Monitoramento

São frequentes os noticiários sobre pessoas usando tornozeleira eletrônica que descumprem as regras estabelecidas pela justiça, mesmo sabendo que podem enfrentar consequências graves. O descumprimento é considerado falta grave e pode levar a medidas mais severas, dependendo da análise do juiz. Os casos flagrados vão desde a cometimento de crimes como roubo ou furto, fora do raio de alcance determinado pelo judiciário ou curtindo em bares, boates e até mesmo em motel.

A eficácia do monitoramento eletrônico de apenados tem sido frequentemente questionada no Brasil. Contudo, em Feira de Santana, a tecnologia também se mostra crucial na fiscalização, como evidenciado por um caso recente que reforça a confiabilidade do sistema. A Polícia local já conseguiu flagrar detentos fora de suas áreas autorizadas pela Justiça. Há também registros de indivíduos que, portando a tornozeleira eletrônica, foram pegos cometendo assaltos ou até mesmo foram vítimas fatais durante ações criminosas.

Foto: Divulgação/ Juiz Fábio Falcão-Vara de Execuções Penais (VEP) de Feira de Santana


Em busca de esclarecimentos sobre a real eficácia da tornozeleira, a reportagem da Rádio Subaé conversou com o juiz Fábio Falcão falou, que em breve deixará a Vara de Execuções Penais (VEP) de Feira de Santana.

Um caso emblemático: Motel, Drogas e Regressão de Regime
A autoridade judiciária detalhou diversos episódios marcantes de sua atuação. No entanto, um caso específico, envolvendo o monitoramento eletrônico, tornou-se um exemplo contundente da efetividade da tecnologia.

O juiz narrou a situação de um homem que cumpria pena em regime semiaberto, com permissão para trabalho externo. A equipe de monitoramento da VEP, no entanto, identificou que ele estava fora de sua “área de inclusão”. A surpresa veio quando o sistema indicou sua localização: um motel na cidade.

“O resultado da diligência veio em tempo real. Houve a informação de que ele se encontrava no motel e a gente foi lá, a gente, digo, a Força Pública foi lá com a decisão judicial e cumpriu o mandado de captura dentro do motel”, relatou o juiz.

A ação foi imediata. Um mandado de captura foi expedido e a Polícia Militar foi acionada. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram o indivíduo em companhia de garotas de programa. A situação se agravou ainda mais quando, em revista ao seu veículo, foram encontrados entorpecentes.

O flagrante teve consequências diretas: o homem, que estava em regime semiaberto e próximo de progredir para o regime aberto, teve sua pena regredida para o regime fechado. Esse caso, segundo o juiz Falcão, ilustra perfeitamente como a tornozeleira eletrônica permite uma resposta rápida da Justiça e auxilia na prevenção de novos crimes.

A abrangência do monitoramento eletrônico e seus limites
Aproveitando a oportunidade, o juiz Fábio Falcão explicou a ampla capacidade do sistema de monitoramento eletrônico. Ele enfatizou que a tecnologia permite o rastreamento em tempo real de qualquer pessoa monitorada, em qualquer lugar do Brasil. “Hoje, se eu tivesse a necessidade de instalar uma tornozeleira eletrônica de uma pessoa que se encontra em Blumenau, Santa Catarina, eu teria como fazê-lo e daqui mesmo da Bahia a gente monitoraria essa pessoa em tempo real. O sistema é formidável”, afirmou.

Falcão esclareceu que, apesar da eficácia, a tornozeleira não impede fisicamente a remoção (que pode ser feita com objetos cortantes) ou o cometimento de novos crimes. Contudo, a vigilância contínua e em tempo real permite uma resposta célere das autoridades, como demonstrado no caso do motel.

Ele fez questão de ressaltar que nem sempre a presença de uma tornozeleira significa descumprimento das normas, já que as regras são individualizadas, com “áreas de inclusão” e “áreas de exclusão” específicas para cada monitorado. “É possível que ela esteja descumprindo as limitações, sim, mas também é possível que ela esteja em conformidade”, explicou.

O juiz concluiu que a tecnologia, incluindo o videomonitoramento e o reconhecimento facial, tem se tornado um aliado fundamental das forças de segurança, permitindo abordagens mais assertivas e a captura de indivíduos procurados pela Justiça. 

Por: Central de Polícia/ Denivaldo Costa-Rádio Subaé AM 

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